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COMO FOI SEU PRIMEIRO ENCONTRO COM A DOUTRINA ESPÍRITA

Como foi o seu primeiro encontro com a Doutrina Espírita? Você foi até ela, ou ela veio até você? Qual foi o seu laço de união com este presente divino que é a Doutrina? Para uma reflexão: você tem o hábito de se apresentar como espírita? De falar de espiritismo? De emitir sua opinião à luz da Doutrina? Sem ser fanático, mas com coerência na religião que professa? Ou você é do time que diz: “religião é assunto pessoal e não deve ser comentado!”

No meu caso, foi assim: Eu detestava qualquer tipo de religião, pois achava que religião era para quem não pensava. Na verdade eu questionava se Deus era pai mesmo, e também não me relacionava com Jesus. A minha experiência na juventude, foi numa cidade pequena, onde padres e freiras eram os representantes diretos e divinos de Jesus. Tive algumas decepções e acompanhei vários fatos onde a religião foi abalada pela falta de caráter dos religiosos.

Cheguei ao Rio de Janeiro muito jovem e trabalhei em uma única empresa, uma grande multinacional reconhecida em todo o mundo, e lá fiquei por quase 20 anos. Trabalhei sempre na mesma diretoria, e o assunto religião nunca era colocado em pauta.

Em 2002 fui convidada a ir num Centro Espírita por uma amiga. No início eu relutei, pois tinha uma ideia totalmente equivocada sobre Centro Espírita. Enfim, chegou o dia de assistir a tal palestra! O tema era sobre o Livro dos Espíritos, e o palestrante, que realmente falou sobre o conteúdo das perguntas, teve a excelente inspiração de ler algumas perguntas e respostas e comentá-las com exemplos. Qual não foi a minha surpresa, quando o palestrante dizia, na pergunta tal...e lia, os espíritos responderam....e lia, e eu fiquei simplesmente envolvida naquela metodologia filosófica, e percebi a minha sede pelo esclarecimento da minha existência. Realmente quem eu era? Então eu me virei para o lado e perguntei a uma pessoa: “Onde estão estas perguntas e respostas? Tem livro sobre isto?”, e quando acabou a palestra eu fui direto para a livraria e comprei, não apenas o pentateuco, mas cerca de 15 livros que foram indicados pela vendedora, e que eu pude observar que os títulos tinham ligação direta com o tal Livro dos Espíritos.

Neste momento na livraria do Centro Espírita, eu encontrei uma pessoa que trabalhou quase 20 anos ao meu lado. E o meu impulso foi perguntar: “O que você está fazendo aqui? É a sua primeira vez também?” e a pessoa me respondeu: “Não ! eu nasci em família espírita, eu frequento Centro Espírita desde pequeno”. Conversamos um pouco e nos despedimos.

Quando eu cheguei em casa, comecei a ler e não parei mais, até hoje!. A cada pergunta, uma exclamação brotava na minha mente. Que incrível!!! Como eu nunca soube sobre isto!! Dentro destas minhas reflexões e exclamações, com um sentimento de chateação íntima por ter perdido tempo da vida, e ainda mais um detalhe, vi de cara que, se eu tivesse tido acesso aos conhecimentos da Doutrina antes, eu não teria feito muitas bobagens , não teria tomado algumas decisões erradas, e cheguei rapidamente a conclusão que eu teria errado menos e com certeza teria sido mais feliz. E foi aí que um pensamento me invadiu e senti minha mente se questionando, mas como o fulano, que trabalhou quase 20 anos comigo, nunca falou nada sobre a Doutrina Espírita!!!! Como ele foi capaz de nunca ter dado um conselho, ou mesmo opinião, esclarecendo que era à luz da Doutrina!!!!

Pessoal, não aguentei!!! Peguei o telefone e liguei para o tal amigo, e quando ele atendeu eu “soltei o verbo”, reclamei, e já de posse de algumas informações do mundo dos espíritos, questionei ele dizendo: Você quer ir para o umbral é!!??? Por sonegação de consolo, conforto espiritual e principalmente por nunca ter divulgado a Doutrina Espírita??? Como você fez isso, é um crime !!! como você nunca falou nada sobre Allan Kardec?, nunca nem pronunciou o nome dele!!! Enfim, creio hoje que esse meu amigo mudou de ideia e de atitude.

No meu caso, dizem os amigos, que quando eu conheço uma pessoa, eu tenho o limite de 3 minutos para falar que sou espírita, e em 5 minutos pedir alguma coisa para a obra social a qual eu dirijo, e com certeza me sinto muito feliz com a Doutrina Espírita e Jesus no dia a dia. Para finalizar, uma pergunta e uma experiência: Qual a pergunta do Livro dos Espíritos que mais impactou você? As minhas foram a 909 e 919.

Artigo publicado na Revista dos Estudos Espíritas


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A Doutrina Espírita é de natureza tríplice, pois abrange princípios filosóficos (é uma “filosofia espiritualista”1), científicos e religiosos ou morais. Daí Allan Kardec afirmar: O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática consiste nas relações que se podem estabelecer entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem de tais relações.2

 

Tendo como referência essa orientação, o Espírito Emmanuel elucida: Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado […] como um triângulo de forças espirituais. A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu.”3 E acrescenta:

No seu aspecto científico e filosófico, a Doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam ao aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. 3

 Em linhas gerais, o aspecto filosófico analisa a Criação Divina, explicando porque Deus criou o homem, qual é a sua origem e sua destinação, refletindo sobre as causas da felicidade e infelicidade humanas.

 

O aspecto científico fornece comprovações a respeito da natureza e imortalidade do Espírito; a influência exercida pelos Espíritos e o intercâmbio mediúnico estabelecido entre  encarnados e desencarnados. 

O aspecto religioso trata das consequências morais do comportamento humano, definido pelo uso do livre arbítrio e governado pela lei de causa e efeito.

A melhoria moral, orientada pelo Espiritismo, fundamenta-se nos preceitos doutrinários do Evangelho de Jesus,  considerado “modelo e guia da Humanidade” 4: “Para o homem, Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua  lei […].”4

Referências

  1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Folha de Rosto.

  2. ____. O que é o espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Preâmbulo.

  3. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo espírito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Definição.

  4. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010, questão 625.

     

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