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DOAÇÃO X DOAR-SE


Você é um doador? O que você gosta de doar? Você faz alguma doação com regularidade? Qual critério você usa para doar algo material? Você doa algo que está em uso ou desuso? Você já se envolveu em alguma campanha? Doando ou se doando?

O que vem na sua mente quando a palavra é doar? No dicionário, doação é: ato, processo ou efeito de doar alguma coisa. Doar-se, significa, entregar-se, demonstrar dedicação a uma causa ou pessoa. Como está explicado no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 13 item 4 – “Nas grandes calamidades, a caridade se manifesta e veem-se campanhas nobres e generosas para remediar os desastres. Mas, ao lado dessas tragédias gerais, existem milhares de tragédias particulares, que passam despercebidas...”. Com isto ficamos alertados destas milhares de tragédias particulares ao nosso lado, e podemos refletir: Eu percebo estas tragédias individuais?

Como a Doutrina Espírita é educadora e incentivadora, os espíritos nos mostram todos os meios para nossa evolução através de ensinamentos preciosos, sendo um deles “Fora da caridade não há salvação”. Então um outro brilhante exemplo nos é oferecido no Evangelho Segundo o Espiritismo neste mesmo item 4, quando é narrado o caso de uma senhora distinta: “Qual é seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que não revela nada, mas é o anjo da consolação... Por que se veste de uma maneira tão simples? É que não quer insultar a miséria com seu luxo. Por que sua jovem filha a acompanha? É para ensinar-lhe como se deve praticar o bem. Sua filha também quer fazer a caridade, mas sua mãe lhe diz: “O que podes dar, minha filha, se nada tens de teu? Se te dou algo para dar aos outros que mérito terás? ...quando formos visitar os doentes, tu me ajudarás, já que cuidar deles é dar alguma coisa....aprende a fazer coisas úteis,... dessa maneira, darás algo que vem de ti”.”

Então esta mãe está doando em vida a maior e melhor herança para a filha, que é o ensinamento na prática, para a filha aprender a doar-se. Pois é neste processo de sentimento, de entrega, que sentimos o significado da frase de Jesus “Amar ao próximo como a si mesmo”, e a transformação moral e ética do nosso planeta, só poderá ser alterada para melhor quando todos agirmos desta forma. E agora? Como devemos agir?

Podemos meditar na objetividade de Allan Kardec ao perguntar aos Espíritos, no Livro dos Espíritos na questão 799 – De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso? E os orientadores espirituais respondem: “Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, o Espiritismo pode fazer com que os homens compreendam onde estão seus verdadeiros interesses... o Espiritismo ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.” Quando apenas doamos o supérfluo que está em desuso para nós, desejando mais ficar livre do objeto para obter espaço, estamos num olhar materialista. Quando doamos algo pensando no bem estar que vai gerar a outro, ou doando nosso tempo, nossas ideias, abraços, consolo, sentimentos, preces, etc, estamos numa prática espiritista.

A Doutrina é isto, é este movimento para a reflexão e ação...doando-se como doação. Doando-se ao bem, doando-se ao próximo.

Doando a si próprio a oportunidade de desabrochar a semente do amor. Na sementeira de transformar vidas e construir um mundo melhor. Nos doando, nos engajando em causas e ações do bem ao próximo, e que estas sejam solo fértil para dar oportunidades a outras pessoas de se doarem também. Doar-se é ato de amor a si, ao próximo e a Deus, fechando na proposta triangular de Jesus “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Artigo publicado na Revista dos Estudos Espíritas


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A Doutrina Espírita é de natureza tríplice, pois abrange princípios filosóficos (é uma “filosofia espiritualista”1), científicos e religiosos ou morais. Daí Allan Kardec afirmar: O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática consiste nas relações que se podem estabelecer entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem de tais relações.2

 

Tendo como referência essa orientação, o Espírito Emmanuel elucida: Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado […] como um triângulo de forças espirituais. A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu.”3 E acrescenta:

No seu aspecto científico e filosófico, a Doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam ao aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. 3

 Em linhas gerais, o aspecto filosófico analisa a Criação Divina, explicando porque Deus criou o homem, qual é a sua origem e sua destinação, refletindo sobre as causas da felicidade e infelicidade humanas.

 

O aspecto científico fornece comprovações a respeito da natureza e imortalidade do Espírito; a influência exercida pelos Espíritos e o intercâmbio mediúnico estabelecido entre  encarnados e desencarnados. 

O aspecto religioso trata das consequências morais do comportamento humano, definido pelo uso do livre arbítrio e governado pela lei de causa e efeito.

A melhoria moral, orientada pelo Espiritismo, fundamenta-se nos preceitos doutrinários do Evangelho de Jesus,  considerado “modelo e guia da Humanidade” 4: “Para o homem, Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua  lei […].”4

Referências

  1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Folha de Rosto.

  2. ____. O que é o espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Preâmbulo.

  3. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo espírito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Definição.

  4. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010, questão 625.

     

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