VOCÊ JÁ COMPROU UM SAPATO MENOR QUE O SEU PÉ?

Você já comprou um sapato menor que seu pé? Ou uma roupa menor que seu corpo? Por que fez isso? Qual foi o resultado?
Como a Doutrina Espírita nos incentiva a raciocinar, vamos pensar sobre atitudes que tomamos no nosso dia a dia, que aparentemente são inofensivas, e as quais não tem nenhuma base concreta na razão, uma vez que a lógica nos mostra que não teremos êxito em comprar um sapato ou roupa apertados. Então, porque decidimos agir assim?
Nestes momentos usamos o livre arbítrio, escolhendo o desconforto, e muitas vezes a explicação que temos na ponta da língua é: Eu quero!! O sapato vai ceder!! A roupa um dia vai caber!!! Enfim, os adquirimos assim mesmos, a vida segue, e, constatamos que sofremos muito usando algo apertado e inadequado a nossa natureza, e em alguns casos esses objetos ficam perdidos e mofados dentro do armário, ocupando espaço e esperando um dia serem usados.
Será que agimos assim também em relação as pessoas!?? Usando o mesmo impulso de: Eu quero! Vai ceder!! Vai ficar do meu jeito um dia!! E assim, ficamos e vivemos na ilusão da pessoa ceder aos nossos gostos e vontades, ou caber dentro das nossas regras e métodos. E como isso é um sonho perturbador sem fim, a realidade dói, machuca e nos sentimos sozinho no sofrimento emocional e se instala a tal da infelicidade.
A maior chaga da humanidade é realmente o egoísmo, como explicam os Benfeitores, e a infelicidade se estabelece quando o egoísta, de qualquer forma e a qualquer preço, quer coisas e pessoas para si, para atender suas necessidades, as vezes imaginárias, e a seus caprichos, algumas vezes baseados em contos de fadas.
Mas temos que vencer o sofrimento usando a razão, e é nas coisas simples que aprendemos para agirmos nas situações mais complexas.
Para quem já vivenciou ou está passando por esta situação, os Espíritos nos esclarece na resposta do Livro dos Espíritos, na questão 921, quando afirmam: “O homem é quase sempre o agente de sua própria infelicidade. Ao praticar a lei de Deus, se pouparia dos males e desfrutaria de uma felicidade tão grande quanto o comporta sua existência grosseira.”
Após esta explicação podemos formular algumas perguntas, tais como: Como devo agir para evitar esses momentos de infelicidade? Por que isso acontece comigo? O que fiz de errado? Como devo conduzir e agir na vida?
Para estas perguntas, o querido amigo Allan Kardec esclarece em uma nota da mesma questão acima. “O homem bem compenetrado de sua destinação futura vê na vida corporal apenas uma estação temporária. É como uma estada passageira numa hospedaria; ele se consola facilmente de alguns desgostos passageiros de uma viagem que deve conduzi-lo a uma posição tanto melhor quanto melhor tenha se preparado.
Somos punidos, já nesta vida, pelas infrações às leis da existência corporal, pelos males que são a consequência dessa infração e de nosso próprio excesso. Se voltarmos gradativamente à origem do que chamamos de nossas infelicidades terrenas, as veremos, na maioria das vezes, como consequência de um primeiro desvio do caminho reto. Por esse desvio, entramos no mau caminho e, de consequência em consequência caímos na infelicidade.”
Vamos juntos, pedir ajuda aos benfeitores espirituais e ao nosso médico de almas Jesus, que ilumine nossos pensamentos, nos dando ânimo, disposição e vigor para raciocinarmos e escolhermos sempre agir de acordo com as leis divinas.
Artigo publicado na Revista dos Estudos Espíritas