CONVENIÊNCIA X VERDADE

“Sacrificava a conveniência em nome da verdade.”
Esta frase está na orelha do livro Inspirações do Amor Único de Deus, Volume I. Confesso que fiquei impactada quando li esta frase, parei a leitura e pensei...e pensei... Faço agora a sugestão de refletirmos juntos. Qual o significado real desta frase? Você tem ideia do valor desta frase? O que entendemos sobre conveniência, sacrifício e verdade? A questão 909 do Livro dos Espíritos é uma “receita de bolo” para a realização da nossa evolução espiritual. Allan Kardec pergunta: Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal? Analisando as palavras usadas pelo mestre, constatamos que algo “prático” é algo de aplicação ou uso fácil, bem como o significado de “eficaz” é, que não falha. Os Espíritos, acompanhando esta linha de objetividade, responderam sem rodeios: “Conhece-te a ti mesmo”. Pois bem, que tal começarmos este processo de auto conhecimento vasculhando a memória? Quantas vezes você sacrificou a conveniência em nome da verdade? Quantas vezes fomos fieis a verdade? As vezes nós vivemos de forma invertida, achando que a verdade é o que nos convém, nos fazendo raciocinar: Se me convém, se é bom para mim, então é justo, é verdadeiro. Diz a lenda, que D. Josefina tinha um casal de filhos, João e Maria, e um dia ela encontrou uma velha amiga da infância e a conversa foi assim... Amiga: Josefina, quanto tempo! Como estão seus filhos? Já casaram? Josefina: João e Maria casaram, mas não tiveram a mesma sorte com os cônjuges. O João casou com uma moça que não trabalha, ele tem que pagar várias empregadas, ela vive cheia de joias, só quer saber de viajar, meu filho tem que trabalhar muito para sustentar tanta mordomia, ela não faz nada e é uma grande preguiçosa. Amiga: poxa vida! Que chato! E a Maria? Josefina: Ah! A Maria teve muita sorte. Casou com um rapaz muito trabalhador, que vive dando joias para ela, já fizeram várias viagens, contratou empregadas para ela não ter trabalho, faz tudo que ela quer, não deixa ela se aborrecer com nada, ele realmente trata ela como uma princesa. Conclusão: Josefina só enxerga a conveniência. Devemos agora, neste processo de “conhece-te a ti mesmo”, investigar se existe uma Josefina dentro de nós, que mata a verdade em nome da conveniência, e se a encontramos em nós, devemos refletir e colocar como meta seguir os passos do benfeitor Antonio de Aquino que, “sacrificava a conveniência em nome da verdade”.
Artigo publicado na Revista dos Estudos Espíritas